segunda-feira, 26 de abril de 2010

Petição contra parque eólico em Sortelha

Por Sónia Balasteiro, in Sol

A instalação da primeira torre eólica já começou. A petição ‘Vamos Salvar Sortelha’ reúne mil assinaturas. Para hoje está marcada uma acção de protesto, «com Flores e Arte»

Habitantes da aldeia histórica de Sortelha, no concelho de Sabugal, lançaram, no início deste mês, um apelo para acabar com a instalação de um parque eólico nas imediações da freguesia, que consideram um «atentado ao património de Sortelha e à envolvente que os turistas se habituaram a conhecer».

No blogue vamos salvar sortelha , principal veículo de divulgação do movimento, podem ver-se imagens dos mais prováveis efeitos paisagísticos do projecto, e do local onde decorrem os trabalhos de instalação da primeira das 17 torres eólicas, visível do castelo da aldeia.

(!)«Não foi colocado nenhum edital na freguesia a anunciar o parque. Só ouvimos conversas de café de pessoas que diziam que iriam ficar ricas com isto. Falava-se então em cinco torres. Acabámos por descobrir que seriam 17 a cercar a aldeia» – conta Joaquim Tomé, um dos mentores do movimento ‘Vamos Salvar Sortelha’, que lançou uma petição com cerca de mil assinaturas.

«Temos recebido manifestações de apoio de toda a Europa, sobretudo de pessoas ligadas à cultura», conta o peticionário, anunciando uma acção de protesto, marcada simbolicamente para hoje, dia 25 de Abril, «com Flores e Arte».

«Já se vêem duas torres, do Monte de São Cornélio, bastante próximas da freguesia», protesta Joaquim Tomé, alegando não entender como alguém pode aprovar esta «destruição do legado desta aldeia medieval».

(!)António Robalo, presidente da Câmara Municipal do Sabugal, que aprovou a instalação do parque eólico, garante, no entanto, que tudo foi feito «seguindo os procedimentos legais normais e segundo todos os pareceres» – e que, «por isso, o projecto vai mesmo avançar».

(!)Já o ex-presidente da Junta de Freguesia de Sortelha, Luís Paulo, nega responsabilidades na aprovação do projecto por as torres não se encontrarem em «terrenos baldios da junta de freguesia».

No entanto, considera que estas «representam uma mais-valia para os habitantes, que vão receber um complemento às suas baixas reformas pelos terrenos para a instalação do parque». Além disso, «as torres ficarão muito distantes das muralhas da aldeia – senão, eu também estaria contra».

Joaquim Tomé acusa o antigo autarca de «ter mentido aos media» ao falar da distância das torres em relação à aldeia: «algumas ficarão a apenas um quilómetro».

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